Naquela
época era muito difícil a obtenção de material
importado para estúdios de gravação.
Jamais
gostariam que isto viesse a acontecer, já que a sua intenção
era após as gravações, ficarem com a fita master,
para posteriormente gravarem em outros idiomas, alterarem arranjos,
sem contudo passar por todos os passos da gravação original.
Finalmente
a fita matriz ficou pronta, pois a dupla assumiu todo o papel do produtor
.
O
disco tem 10 canções assinadas por eles, e os temas abordados
retratam os anseios dos povos do terceiro mundo, a invasão das
terras indígenas e a depredação da natureza.
Participaram
da gravação, Mário Castelo, Jiló, Júlio
e Ronaldo Venturini, Titi Walter, Henrique Santana, Ivan Corrêa,
Sandra e outros.
Enquanto faziam contatos com as gravadoras do Rio de Janeiro e São
Paulo, a capa e o encarte do disco estavam sendo providenciados.
O
primo Marcílio Gazzinelli, fotógrafo profissional, se
prontificou a fazer as fotos, bolar a capa e negociar com a gráfica
a sua confecção.
Saíram
então juntos para a Serra de Moeda, e depois de uma sessão
exaustiva de fotos, tínhamos o material para selecionar aquelas
que comporiam a capa.
Como
tudo na vida deles sempre ocorreu em paralelo, não poderia ser
diferente, tinham que tirar cópia em fita do carro chefe,”Limitação”
e distribuir nas rádios, contando com a boa vontade dos programadores.
Neste
momento somente a rádio FM Mulher, começou a tocá-la.
Foram muito felizes pois a aceitação da música
foi muita boa, e inúmeros pedidos eram encaminhados à
emissora que a executava duas a três vezes ao dia.
A
negociação para a prensagem se efetivou com a Continental
Discos.
A
emoção foi muito grande quando em 1987 receberam o disco
prensado, e ao ouvi-lo sentiram a realização de um trabalho
que há muito se arrastava pelas suas cabeças.
Agora
era trabalhar a sua divulgação, uma etapa considerada
pelos experts, como a mais difícil.
Para
o lançamento do disco no mercado, que contaram com o apoio do
amigo Mozart José de Freitas, e foi um sucesso. Na noite de autógrafos
venderam 700 unidades.
Aqui
começava o sinuoso caminho a percorrer.
Distribuir
os discos nas lojas, que quase sempre não os expõem em
locais estratégicos; preconceito das rádios em tocar artistas
independentes; falta de apoio da mídia; falta de tempo dado ao
compromisso com a empresa, e recursos para pagar o jabaculê nas
rádios.
Mas isto não lhes desanimava, tinham que trabalhar e aprender
a administrar bem o tempo.
Começaram
as vendas de porta em porta . Cada pessoa que comprou o disco se transformou
em multiplicador, pois passou a recomendá-lo para outras pessoas.
D. Zizinha teve um papel muito importante para o crescimento das vendas,
pois na cidade natal de seus filhos, fazia este trabalho com muito amor
e orgulho. Além de vender muitas unidades, fazia os contatos
com as rádios locais.
Para
consolidar a divulgação, aproveitaram todos os espaços
locais, conseguimos colocar a música Limitação
na programação da Rádio Inconfidência de
Belo Horizonte por 05 meses, com duas execuções diárias,
se apresentaram nos programas de rádio e TV, e por fim montaram
o grupo Júlio, Zéfeliciano & Banda que tinha como
integrantes, Marco Aurélio, Edmundo e finalmente Hudson Vaz.
Resultado, 4000 cópias foram vendidas.
O
trabalho com esta banda tinha como objetivo principal a divulgação
do disco. No seu repertório , músicas do mesmo e canções
de outros compositores.
A
idéia principal estava centrada em mesclar o trabalho da dupla
com aquelas canções conhecidas, o que acreditaram ser
a forma de facilitar a aceitação da sua obra.
Dentro
desta proposta começaram a tocar nos barzinhos, casas de shows
de Belo Horizonte e do interior do Estado.
Como
independente, o disco atingiu uma marca de venda expressiva.
Os
recursos arrecadados com a venda do disco possibilitou o investimento
na aquisição de novos equipamentos e instrumentos. Tiveram
a colaboração da Gisela Schilling, pela qual têm
muita gratidão, uma vez que morando nos Estados Unidos e, dentro
da cota permitida pela legislação, os trouxe a menores
custos.
Bem,
a negociação com uma grande gravadora não se consumou
pois os interesses entre as partes não se harmonizaram.
Veio
a era do CD e o disco de vinil, já era obsoleto, teriam que remasterizá-lo
para a sua comercialização em grande escala e as gravadoras
estavam com os olhos voltados para outros modismos apesar de que, a
ecologia estava na moda. Tomara que continue, de maneira que possa ser
implantada no comportamento de cada cidadão enriquecendo o processo
de reeducação em nosso país.
Como
já estavam envolvidos em outros trabalhos os quais aparecerão
ao longo desta matéria, deixaram a edição desta
obra em CD quando da sua consagração em nível nacional,
que mais cedo ou mais tarde irá ocorrer, em função
dos inúmeros trabalhos que pretendem lançar.
Por
ocasião da separação do Júlio, estavam com
muita vontade de revisitar os bons tempos dos anos 60.
Começaram
então a selecionar as músicas, ensaiar, mais no sentido
de se divertirem.
Batizaram
a banda de 60’s, cuja proposta tinha duas versões para
as apresentações; uma era os “pocket show”,
que eram destinados a apresentações em locais menores
com o repertório sequenciado, tendo ao vivo as guitarras, baixo
e vozes, e a versão banda; com mais três músicos
para os grandes shows.
Certo
dia foram ao Bar do Lucas, uma casa de show do Ronaldo, ex Hocus Poccus,
onde vários artistas se apresentavam.
Conversando com o beatlemaníaco, foram convidados para fazer
uma apresentação na sua casa e por lá ficaram por
seis meses. Esta casa, funcionava como uma vitrine, que lhes renderam
muitos outros shows.
Com
certeza existe um sintonia de pensamentos, como já foi dito.
As vibrações se comungam com as idéias, e foi assim
que receberam um convite dos amigos da sua turma de Teófilo Otoni,
para participarem de um encontro que se chamou de “NEM OITO NEM
OITENTA, QUARENTA”, e que consistiu na reunião da galera.
Diante
deste evento sentiram aquela vontade de presenteá-los com o seu
show, que com certeza estaria inserido naquele contexto.
Conta
os irmãos que o encontro foi maravilhoso, os organizadores bem
como os participantes, foram muito competentes e foram dois dias inesquecíveis.
Era como estar em outro plano existencial e depois de muito tempo voltar
à terra, cada pessoa era tão diferente! Muitos se fossem
apresentados jamais se reconheceriam.
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